No restaurante.

La répétition est la plus forte des figures derhétorique - Napoleão Bonaparte.

Caminhava pensando na história que eu acabara de ler, demasiado cômica, degustando-a enquanto me dirijia a um restaurante simples, pois embora sem fome, era necessário cumprir o ritual de sobrevivência.

Sem muita curiosidade olhei para o ambiente procurando um lugar adequado para cumprir o rito. Não me pareceu muito agradável mas como o pensamento ainda divagava, não cogitei a idéia de procurar outro local. Distraidamente avistei uma mesa com uma solitária pessoa e resolvi fazer-lhe companhia.

Após pegar o meu almoço, dirigi para o local fracamente analisado, sento-me, abro lentamente minha bebida e inicio a conversa com um comentário sincero, embora idiota, se aquele é o local x, lugar este que eu estava procurando (realmente gostaria de saber, pois não vira placa alguma durante meu caminhar). Os gestos que se seguiram interromperam qualquer distração posterior e fez concentrar-me totalmente naquela localidade.

- Bem, é o que diz a placa.

Esta foi a resposta, mas dada depois de um estranho riso com a cabeça abaixada e seguida de um olhar para a direita (eu estava na sua diagonal esquerda).

Comportamento estranho, pensei. E rapidamente fiquei a analisar a resposta. Bastante objetiva, se não fosse dada por um matemático soaria grosseiro. Julguei que não era e continuei...

- Não vi nenhuma placa, você estuda aqui?

Novamente o meu colega de almoço abaixa a cabeça, faz um barulho como o de uma porta rangendo e sorrir languidamente. Olha para a direita e me disse algo que acredito que tenha sido uma incoerência, mas não estou certo pois involuntariamente todo o meu cérebro se dedicava a meu almoço, devorando-o rapidamente mas com polidez, e pensando se dessa vez bateria o recorde do tempo do almoço, que até agora era os 5min obtido no dia que o "Quico" sentara na minha mesa.

Não pude cronometrar quão rápido terminei, mas obviamente foi antes dele dirigir o segundo garfo a boca que eu, sob o desejo de imitar o matemático louco estava na minha diagonal direita, baixei a cabeça, fiz um riso estranho, olho para a esquerda e digo: Com licença.

Claudemir Leandro.


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